a(rte)fetividades

Definição de acadêmico:

que não julga por si mesmo, que admite o efeito sem contribuir para sua causa, que acredita em verdades absolutas, que não faz seu ‘ego’ intervir em cada interrogação.

Le Corbusier

Ontem li alguns textos acadêmicos sobre afetividade. Senti certa pobreza na forma como a ciência formal expõe o ser humano e como parece saber com exatidão como é o ser humano dito ‘normal’, aquele que cabe num cilindro ou num quadrado onde nos esquematizam para melhor compreensão dos que estão estudando a mente e o comportamento humanos. Estava a ler estes calhamaços de papéis a caminho do cinema, onde com a amiga Renata vi o filme “Pintar ou fazer amor”.

snoopy-011.jpgNa volta do cinema, conversávamos sobre o Snoopy e as possibilidades pedagógicas em cima das tirinhas do HQ. Renata lembrava como as emoções são ricamente abordadas nas personagens. ‘É isso!’ ,pensei. Até um HQ bem intencionado oferece ao ser humano muito mais possibilidades de ser que um texto acadêmico sobre emoções humanas. E isso agitou minha cabeça no caminho até minha casa. Lembrei também de um amigo que reencontrei no Ó do Borogodó na noite anterior dizendo que desde certo tempo da vida tem uma ferida que se abre e se fecha de acordo com a dinâmica de cada relação. Onde ter uma visão tão ampla do que este amigo sente? Um cilindro ou quadrado?

Continuava com meus pensamentos perdidos de ônibus a ônibus: HQ é arte. A arte que oferece muito mais riqueza de possibilidades à emoção humana que a ciência não menos importante.

Uma possível chave?

A interação entre arte e ciência poderia conferir ao ser humano toda a sua complexidade sem excessos de julgamentos nem irresponsabilidades?

E os pensamentos fluem…

Um comentário sobre “a(rte)fetividades

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